Uma Questão de Integridade e Moralidade
Entre promessas e práticas: a linha tênue entre convicção e conveniência
Em meio ao turbilhão de campanhas e discursos políticos, uma prática tem se tornado cada vez mais comum: a invocação de elementos religiosos como estratégia para angariar apoio e legitimidade. “Não usarás o nome do teu Deus em vão”, um dos mandamentos bíblicos mais conhecidos, parece perder seu peso diante da frequente instrumentalização da fé para fins políticos.
A política, muitas vezes apelidada de “política santa”, vê candidatos se apresentando como bons moços, adornando suas falas e atos com referências ao cristianismo. Seja através de uma música que os elogia, um versículo bíblico ou uma declaração que os coloca como injustiçados, o uso das Escrituras torna-se um escudo contra críticas e um meio de proclamar uma vitória iminente sobre adversários.
Mas seria moralmente aceitável essa apropriação do sagrado em um contexto onde, frequentemente, a própria imprensa revela a desconexão entre o discurso religioso e as ações dos políticos? Aqueles que acreditam na intervenção divina para assegurar triunfos eleitorais devem refletir: se não amamos nossos irmãos que vemos aqui na Terra, como podemos amar a Deus, que não vemos?
A verdadeira fé está distante daquilo que é trevas e afastada de qualquer grupo que a utilize como escudo para práticas errôneas. A fé não é uma ferramenta para ser manipulada em benefício próprio, mas sim um pilar de honestidade e ética. Ao findar de nossa caminhada, não devemos macular o nome de um ser supremo com jogos políticos que não refletem os valores que professamos.
Portanto, é imperativo que a fé seja vivida com sinceridade e não reduzida a uma mera ferramenta política. Que aqueles que buscam o poder não se esqueçam de que a verdadeira liderança emerge da integridade e do serviço genuíno ao próximo, e não do uso oportunista de crenças sagradas.
Anbacre Digital
Uebster Silva
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