Levita, sacerdote e samaritano: o papel que cada um escolhe ao se deparar com o próximo
Na antiga parábola do bom samaritano, vemos a história de um homem que, espancado e abandonado à beira da estrada, recebeu a indiferença daqueles que deveriam ter compaixão. Primeiro, passa um levita, alguém consagrado ao serviço divino, que apenas observa e segue adiante. Em seguida, surge um sacerdote, incumbido das cerimônias mais sagradas, que também ignora o sofredor. Ambos, figuras de respeito, justificam sua distância, talvez em nome de rituais e responsabilidades superiores.
Então, inesperadamente, aparece o samaritano, alguém marginalizado pelos religiosos e considerado impuro. Sem hesitar, ele se aproxima, presta ajuda, cuida das feridas do desconhecido e o leva a um lugar seguro. O samaritano não se detém em preconceitos ou julgamentos; ele apenas vê um ser humano necessitado e age com empatia e generosidade. Nesse gesto, subverte todas as convenções e expõe a hipocrisia de uma fé que não se traduz em ação.
Essa história nos desafia a olhar para os diferentes papéis que assumimos na sociedade: seremos levitas e sacerdotes, presos a aparências e formalidades, ou seremos samaritanos, que rompem barreiras para acolher o próximo? A cada dia, em cada encontro, escolhemos quem somos e quem queremos ser diante da dor alheia, refletindo, assim, a essência de nossa humanidade.
Anbacre
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