O homem suspeito de estuprar e engravidar a enteada de 11 anos foi preso nesse domingo (12) na região do Segundo Distrito de Rio Branco. O caso foi descoberto após a menina dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na última sexta-feira (10) com dores na barriga e depois entrar em trabalho de parto e dar à luz uma criança.
O delegado Alberto Dalacosta, da Delegacia de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Decav) informou ao g1 que a Justiça decretou a prisão preventiva do homem e a equipe policial deu cumprimento ao mandado nesse domingo. Ele afirmou que não pode dar detalhes, porque o caso está em sigilo.
“Foi preso por decisão judicial. Ele foi localizado no Segundo Distrito pela equipe da DPCI e interrogado. O processo está sob sigilo, seja na versão da vítima, testemunha ou do acusado”, disse o delegado.
Menina diz que era ameaçada
A menina estava no sétimo mês de gestação, aproximadamente. Ao g1, um parente, que não quis se identificar, contou que a menina relatou para a mãe que estava passando mal e com dores na barriga. A mãe levou a filha na UPA e lá as duas descobriram a gravidez.
Ainda segundo a família, a criança relatou para a mãe foi abusada pelo padrasto. Ela disse que era ameaçada de morte pelo suspeito caso contasse dos abusos. Um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia de Flagrantes (Defla) e a equipe pediu exames no Instituto Médico Legal (IML)
Após o parto, a menina foi encaminhada para a Maternidade Bárbara Heliodora, onde ela e o recém-nascido receberam os atendimentos necessários.
Ainda segundo o familiar, a vítima está muito abalada e com medo do padrasto. O parente afirma também que a família não percebeu a gravidez antes. "Ela só chora com medo do padrasto, que a ameaça de morte a mãe dela e os irmãos. Ela é um pouco gordinha e ninguém nunca percebeu nada. A barriga não cresceu, o ciclo menstrual normal. Os médicos até ficaram surpresos com isso", disse.
Atendimento na maternidade
À Rede Amazônica Acre, a gerente de assistência da maternidade, Carina Hechenberger, disse que a unidade recebeu uma solicitação de vaga para a maternidade após um parto na UPA do Segundo Distrito. Com o prontuário da vítima e os relatos dos familiares, as equipes da maternidade descobriram que se tratava de uma vítima de abuso sexual.
"Até onde sabemos não foi realizado o pré-natal dessa criança, da gestação e foi um parto urgente porque ela iniciou uma queixa, a família levou para a UPA, evoluiu para o parto. Foi atendida de emergência na UPA, a equipe fez todo atendimento adequado dentro da situação, houve a evolução para um parto rápido sem ser possível remanejar para cá antes e assim que a equipe estabilizou, fez todas as normalidades encaminhou para cá", confirmou.
A menina e o recém-nascido foram acompanhados pelos familiares em todos os momentos. A vítima e o bebê estão em uma enfermaria isolada para preservar a identidade.
"Situações como essa são tratadas de forma bem minuciosa com uma equipe multidisciplinar. Além das instituições que cabem a execução dos trâmites relacionados ao abuso, a responsabilidade da maternidade competente aos cuidados de saúde tanto da mãe como do bebê. Além disso, por se tratar de um caso que foi notificado como violência, nossa equipe possui todo um protocolo de atendimento à vítima de violência, então, tanto a parturiente como a criança serão assistidas por essa equipe da maternidade após a alta", pontuou.
A gerente confirmou também que a menina vai passar por todos os cuidados de saúde, assistência e o recém-nascido pelos cuidados de pediatria.
G1 AC
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